Você acordou no susto do pesadelo e se sentiu decapitado. Só não se agarrou ao próprio pescoço pra saber se ainda estava lá porque já havia se acostumado aos sustos. Eram diários. Todo dia você era esquartejado e eram amadas as mãos que empunhavam a lâmina. Acordou no susto do pesadelo com um sorriso no rosto que buscava disfarçar o suor frio. Mas não tinha jeito. Aquilo era lágrima, mesmo. Sinto de longe o cheiro de pranto.
Eu quis ter mergulhado lá e só agora entendo que era pra eu me banhar do sangue. Talvez ser a mão-amada a separar sua cabeça do corpo. Nem que fosse só em sonho (alguém precisa sangrar).
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