terça-feira, 10 de abril de 2012

Sadomasopig

Choro mesmo, assim feito de lágrima salgada que doi o olho. Sabe-se lá se é lágrima ou aguarrás. Enche o olho e arde. Aí a lágrima cai e parece pesar tonelada, levalava tanta-coisa que nem sei mais se tem diferença se é triste ou alegre. Lembro que eu tinha medo quando ouvia ganido de choro no quarto vizinho. Aprendi a calar prender na cara feito máquina porque era importante estar com a cara limpa quando ela viesse de olhos inchados soluçando.
Mas aí chorei hoje e sei que amanhã não será outra a lágrima. A sacana volta para os mesmos olhos. De novo e nova é a tonelada que talvez ela me lavaleva. Quando deixo. Sempre preferi deixar, deitar ou gritar.
Teve aquele dia que eu fui achando que estava louca porque não lembrava mais quem eu era ou se eu tinha me tornado alguém que eu não conhecia. Aí essa coisa de usar o frasebuque como diário. Querido diário. Mas ele também nunca brincou direito e agora encasquetou que não quer me mostrar mais nada.Não mostra, então. Foda-se você e essa felicidade-falta-de-lágrimas falsa. Deixa eu que eu continuo louca. Mas me deixa que eu pareço bem, assim à deriva.
Sonhando com amanhã.
Eu choro hoje e sonho amanhã.



Nem sei se podia.