sexta-feira, 2 de março de 2012

Gabriel


Gabriel. Tem nome de anjo. Nome de elogio. Um elogio angélico é quase como uma manhã praiana, com uma brisa terral e aquele céu ainda rosado da aurora. Eu até mesmo escuto os bem-ti-vis cantando. Bem te viiiiiiiii. Um perfume fresco no ar de uma manhã branca. O perfume fresco de um elogio angélico. Lindo. Assim parecido com o dono do nome.
Gabriel é lindo. Tem um riso bonito e uns olhos muito claros. Tem um caminhar suave que combina com o formato das pernas, com o formato da bunda. Gabriel gosta de arte e de coisas bonitas. Até o nome do dono deve se admirar da harmonia que Gabriel emana, sua beleza e equilíbrio.
Conheci Gabriel quando na aula de canto. Eu namorava um bronco, um bruto. Amor da minha vida e o seria até hoje, não tivesse morrido de overdose. Eu amo os broncos. Gabriel me levava para assistir cinema. Ele gosta de arte e coisas leves. Eu era mais nova e menos louca. Mais dependente de fazer as pessoas gostarem de mim pela minha capacidade de agradá-las. Meu namorado bronco gostava quando eu fingia que gozava e eu gostava quando ele gostava. Mas não gozava. Não gozei com Gabriel tampouco. Mas isso foi bem depois.
A aula de canto foi linda e nada aconteceu comigo e Gabriel. Ele era certinho o suficiente para me abraçar apertando forte os seios, e não me chamar para sair enquanto eu namorasse. Um dia eu gritei com ele de um jeito bizarro. Loucura: presente e crescente em mim. Anos depois nos encontramos e sinceramente me arrependi por ter gritado. Mas não pelo que eu gritei. Amores brutos, se ele não sabia como era, eu é que não iria explicar. Nós saímos mais de uma vez, ele me levou para ouvir choro, sem tomar uma cerveja. Depois o encontrei no apartamento em que ele morava sozinho, pois estava fazendo uma terapia intensiva. Ele jura que isto mudou a vida dele. Gabriel é budista. Gabriel não bebe e tem asco a cigarro. O que Gabriel- manhã com brisa marítima e canto de pássaros- o que Gabriel queria comigo é coisa que eu nunca entendi. Será que anjos não sentem cheiro de enxofre?
Sei que transamos no apartamento e foi.. é... A gente tomou suco de amora e acho que ele tinha passado um bom tempo sem um anal, porque ele parecia ter adorado a chance. Gabriel. Manhã de sol manchada com a minha loucura. E com a minha merda também, por que a censura?


2 comentários:

  1. meldels q história quente! Use e abuse desse anjinho rs! Ele deve adorar o seu cheiro de capeta =P hehehe!

    ResponderExcluir
  2. Puta linguagem direta!
    Dava pra fazer um romance desse... (ou um soneto, depende do poeta)

    ResponderExcluir